Harry Potter é uma série
de aventuras fantásticas escritas pela britânica J. K.
Rowling. É constituída por sete livros e, desde o lançamento do primeiro
volume, Harry Potter e a Pedra Filosofal, em 1997, ganhou grande
popularidade e sucesso comercial no mundo todo e deu origem a filmes, videojogos,
entre outros itens.
Mundialmente, a série Harry Potter vendeu cerca de
um bilhão de exemplares, até dezembro de 2011, em mais de 67 idiomas. O livro
da série que mais vendeu foi Harry Potter e a Pedra Filosofal com
cerca de 120 milhões de cópias comercializadas. Graças ao grande sucesso dos
livros, Rowling tornou-se a mulher mais rica na história da literatura. Os
livros são publicados pela Editora Rocco no Brasil e
pela Editorial Presença em Portugal.
Grande parte da narrativa se passa na Escola de Magia e
Bruxaria de Hogwarts, e foca os conflitos entre Harry Potter e o bruxo das
trevas Lord Voldemort. Ao mesmo tempo, os livros exploram temas como
amizade, ambição, escolha, preconceito, coragem, crescimento, responsabilidade
moral e as complexidades da vida e da morte, e acontecem num mundo mágico com
suas próprias histórias, habitantes, cultura e sociedades.
Todos os sete livros planejados foram publicados. O sétimo e
último, denominado "Harry Potter and the Deathly Hallows", foi
lançado nos Estados Unidos em 21 de Julho de 2007, e no
Brasil e Portugal em 10 de Novembro e 16 de Novembro,
respectivamente.
Os sete livros deram origem a oito filmes, com o
último, Harry Potter e as Relíquias da Morte, sendo dividido em duas
partes: uma lançada em 19 de Novembro de 2010, e a outra em 15
de Julho de 2011.
História:
A história começa com o mundo dos bruxos, que tenta
manter-se secreto dos Muggles - termo traduzido para o Brasil como
"Trouxas" (aqueles que não são bruxos). Por muitos anos este mundo
foi aterrorizado por Lord Voldemort (Tom Servolo Riddle). Na noite da
sua queda, Voldemort encontrou o esconderijo da família Potter, e matou
Lilly e James Potter (Lílian e Tiago Potter, no Brasil). Entretanto, quando
voltou sua varinha contra o bebê dos Potter, Harry, o
seu feitiço voltou-se contra ele.
Voldemort só não morreu por causa de suas Horcruxes, porém
com o corpo destruído, Voldemort tornou-se um espírito sem poder, procurando
refúgio em lugares escondidos do mundo; Harry, enquanto isso foi deixado com
uma cicatriz em forma de raio em sua testa, o único sinal físico da maldição de
Voldemort. Harry tornou-se conhecido como "O Menino que Sobreviveu"
no mundo dos feiticeiros, por ter sido o único a sobreviver a maldição da morte
e por ter derrotado Lord Voldemort.
Em seguida, o órfão Harry Potter é criado pelos seus tios,
os Trouxas Dursley. Porém, quando o seu aniversário de onze anos se
aproxima, Harry tem seu primeiro contato com o mundo mágico quando recebe cartas
da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, que são roubadas pelos tios
antes que ele possa lê-las. No seu décimo primeiro aniversário, Harry é
informado por Hagrid, o guarda-caça de Hogwarts, que ele é um bruxo e por isso
tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
Cada livro registra um ano da vida de Harry em Hogwarts,
onde ele aprende a usar e controlar a magia e a fazer poções.
Harry também aprende a ultrapassar muitos obstáculos mágicos, sociais e
emocionais que enfrenta em sua adolescência e na segunda tentativa de ascensão
de Voldemort ao poder.
Temática e conteúdo:
Por ser uma série na qual cada livro equivale a cerca de um
ano de vida do protagonista, seu conteúdo amadurece conforme Harry cresce. Os
leitores que começaram a ler a saga ainda muito jovens também vão amadurecendo
enquanto lêem. A estrutura da história, inclusive, torna-se mais complexa e
sofisticada a cada volume.
Os livros de Rowling se passam nos anos 1990,
na Inglaterra "trouxa" moderna,
com carros, telefones e videogames. Os problemas no mundo
mágico são sólidos e reais como os do nosso mundo - preconceito, depressão,
ódio, sacrifício, pobreza, morte. "Harry vai para seu mundo mágico, e este
é melhor que o mundo que ele deixou? Só porque ele encontra pessoas melhores",
explica Rowling.
Um dos temas mais recorrentes ao longo da série é o amor,
retratado como uma poderosa forma de magia. Dumbledore acredita que a
capacidade de amar permitiu que Harry resistisse às tentações de poder de
Voldemort em seu segundo encontro, não permitiu que o vilão se apossasse do
corpo de Harry em seu quinto ano, e será responsável pela derrota final de
Voldemort.
Em contraste, outro tema importante é a morte. "Os meus
livros abordam bastante a morte. Começam com a morte dos pais de Harry. Há a
obsessão de Voldemort em derrotar a morte e conquistar a imortalidade
a qualquer preço [...]. Eu percebo porque é que Voldemort quer conquistar a
morte. Todos nós temos medo dela", disse Rowling.
De fato, o nome de Voldemort significa "vôo da morte"
em Latim e "roubar a morte" em Francês e Catalão. Os
livros colocam o bem contra o mal e o amor contra a morte. A perseguição de
Voldemort para evitar a morte, que inclui episódios como beber sangue
de unicórnio e separar a sua alma através do uso de horcruxes,
contrasta com o sacrifício de Lilian Potter, o amor por Harry e a magia
extraordinária que o seu gesto deixou nele, um sacrifício que Voldemort nunca
poderá entender ou apreciar.
O preconceito e a discriminação são
também amplamente abordados ao longo dos livros. Harry aprende que existe
feiticeiros Sangue-Puro (oriundos de famílias onde só há bruxos) que
abominam os sangue-ruim (bruxos de ascendência bruxa
e trouxa ou ainda bruxos que vieram de uma família só de muggles) e
os consideram inferiores. O meio termo são os bruxos Mestiços, ou seja,
que tem um dos pais muggle (ou de família muggle), e o outro pertencente a
comunidade bruxa.
Os mais preconceituosos dentro da comunidade mágica levam
estas designações mais longe, utilizando-as como um sistema de graduação para
ilustrar o valor de um feiticeiro, considerando os de Sangue-Puro como sendo
superiores e os sangues-ruim como desprezáveis. Fora os preconceitos em relação
aos humanos, existe um afastamento dos não-humanos e até parcialmente-humanos.
Outro importante tema decorre sobre as escolhas.
Em Harry Potter e a Câmara Secreta, Dumbledore faz, talvez, sua mais
importante declaração sobre o assunto: "São as nossas escolhas, Harry, que
revelam o que realmente somos, muito mais do que as nossas qualidades".
Dumbledore aborda esse tema novamente em Harry Potter e
o Cálice de Fogo, quando diz a Cornelius Fudge que mais importante do
que como se nasce, é o que a pessoa se torna ao crescer.
Assim como para muitas personagens ao longo dos livros, o
que Dumbledore considera "uma escolha entre o que está certo e o que é
fácil", tem sido um marco na carreira de Harry Potter
em Hogwarts e as suas escolhas estão entre as características que
melhor o diferenciam de Voldemort. Tanto Harry como Voldemort foram órfãos
criados em ambientes difíceis, fora o fato de partilharem características que
incluem, como Dumbledore afirmou, "um raríssimo
dom ofidioglota — sabedoria, determinação" e "um certo
desapreço por regras". Contudo, Harry, ao contrário de Voldemort, decidiu
conscientemente adotar a amizade, a bondade e o amor, enquanto
que Voldemort escolheu propositalmente rejeitá-los.
Enquanto que tais idéias sobre amor, preconceito e escolha estão
como afirma J.K. Rowling, "profundamente cravadas em todo o enredo",
a autora prefere deixar que os temas "cresçam organicamente", em vez
de conscientemente tentar transmitir essas idéias ao leitor.
A amizade e a lealdade são talvez os temas
mais "orgânicos" de todos, aparecendo principalmente na relação entre
Harry, Ron e Hermione, relação essa que permite que estes
assuntos se desenvolvam naturalmente, à medida que os três personagens crescem,
que a sua relação amadurece e suas experiências acumuladas em Hogwarts testem a
fidelidade dos três amigos. Essas provas tornam-se progressivamente mais
difíceis, acompanhando o tom cada vez mais escuro e misterioso dos livros e a
natureza geral da adolescência.
Estrutura:
A série Harry Potter é traçada sob uma longa tradição na
literatura infantil inglesa - o ambiente dos internatos, um gênero da era
Victoriana, no qual se destaca Tom Brown's Schooldays, de Thomas
Hughes. Mais adiante, trabalhos similarmente influentes da era Victoriana
incluem os livros de Edith Nesbit, da qual Rowling tem frequentemente dito
ser fã, glorificando Nesbit pelos seus personagens muito realistas e
inovadores.
Há uma clara influência de elementos menos específicos a um
autor, como a mitologia e as lendas. Muitas dessas influências
são mais notadas nas criaturas que habitam o universo de Rowling, como por
exemplo, os dragões, fênix e hipogrifos. Além disso, também
nota-se a influência da astronomia, história, geografia,
e idiomas (principalmente Latim), freqüentemente vistos nos
cuidadosos nomes de personagens, lugares e feitiços no
mundo bruxo. Do complexo '"Voldemort" ao onomatopéico
"Grawp" (ou "Grope", o meio irmão gigante de Hagrid),
Rowling cria nomes que geralmente contém muitos significados.
Os livros também são, nas palavras de Stephen King, uma
"perspicaz história de mistério". Cada livro é construído num estilo
de aventura misteriosa como as de Sherlock Holmes; os livros deixam um
número de pistas escondidas na narrativa, enquanto os personagens perseguem
suspeitos por locais exóticos, conduzindo a uma mudança repentina que muitas vezes
reverte o que os personagens acreditavam.
As histórias são contadas por um narrador em
terceira pessoa com consciência limitada, com pouquíssimas exceções (o capítulo
inicial de Harry Potter e a Pedra Filosofal e Harry Potter e o
Cálice de Fogo, os dois primeiros de Harry Potter e o Enigma do
Príncipe e o primeiro de Harry Potter e as Relíquias da Morte); o
leitor descobre os segredos da história quando Harry o faz. Os pensamentos e
planos de outros personagens, mesmo os centrais como Ron e Hermione, são mantidos
escondidos até serem revelados a Harry.
Os livros tendem a seguir uma fórmula bastante estrita. A
ação que decorre durante uma série de anos pode ser claramente dividida em 6
seções gerais:
Ø
Verão na casa dos Dursley: Harry passa a
maior parte das férias de Verão da escola com os Dursley, no mundo
dos Trouxas, suportando o mau tratamento que aí recebe. Esta parte termina
com Harry indo a um local diferente.
Ø
Fim do Verão: pouco antes do começo das aulas no
Outono: Harry vai ao Beco Diagonal, à A Toca ou ao Largo
Grimmauld, Número Doze,. Termina com a entrada no comboio de Hogwarts na
plataforma 9¾.
Ø
Novo ano letivo na escola: personagens novas ou
redefinidas tomam vida, e Harry ultrapassa novos desafios diários, tais como
testes difíceis, amores estranhos e professores mal-humorados; tudo isto
termina normalmente perto do Halloween, que coincidentemente é o dia que
Voldemort matou Lílian e Tiago Potter.
Ø
Conflitos surgem: Harry, seus amigos e colegas
de escola começam a perceber que algo se passa e começam a reagir.
Ø
Clímax: Harry e os seus amigos fazem uma
descoberta importante, e Harry corre desesperadamente para um determinado local
para um conflito maior, normalmente envolvendo uma batalha contra os vilões.
Isto normalmente acontece perto ou logo após os exames finais.
Ø
Conclusão: Harry começa a recuperar da batalha e
aprende lições importantes através de relatos e discussões com Alvo
Dumbledore. Termina com o Harry apanhando o Expresso de Hogwarts e regressando
à casa com os Dursley.
Origem e histórico de
publicação:
J. K. Rowling trabalhou no desenvolvimento da série de
Harry Potter durante 17 anos.
Em 1990, J.K. Rowling estava num trem indo
de Manchester para Londres quando a idéia para Harry
simplesmente "apareceu" em sua cabeça. Rowling conta sobre a
experiência em seu website: "Tenho escrito continuamente desde os
seis anos de idade mas nunca estive tão excitada com uma idéia antes. [...] Eu
simplesmente sentei e pensei, por quatro horas (trem atrasado), e todos os
detalhes borbulharam em meu cérebro, e este garoto de óculos e cabelos pretos
que não sabia que era um bruxo tornou-se mais e mais real para mim." Naquela
noite, a autora começou a escrever seu primeiro romance, Harry Potter e a
Pedra Filosofal, e um plano que incluía os enredos de cada uma dos sete livros,
além de muita informação biográfica e histórica sobre seus personagens e
universo.
Nos seis anos seguintes, que incluíram o nascimento de sua
primeira filha, o divórcio de seu primeiro marido e uma mudança
para Portugal, Rowling continuou a escrever Pedra Filosofal.
Quando finalmente terminou o volume, em 1996, ela
enviou-o a um agente literário e, depois oito editoras terem rejeitado o
manuscrito, a Bloomsbury ofereceu a Rowling £ 3.000 adiantadas,
e Pedra Filosofal foi publicado no ano seguinte.
Apesar de Rowling declarar que não tinha nenhuma faixa
etária em particular quando começou a escrever os livros de Harry Potter,
suas editoras inicialmente direcionaram-nos a crianças com idade entre nove e
onze anos. Às vésperas da publicação, as editoras pediram a Joanne Rowling que
adotasse uma pseudônimo mais neutro em relação ao gênero, temendo que os
meninos não se interessassem por um livro escrito por uma mulher. Ela escolheu
usar J. K. Rowling (Joanne Kathleen Rowling), omitindo seu primeiro nome e
usando o de sua avó com segundo nome.
Após quase uma década da publicação do primeiro
livro, Harry Potter alcançou muito sucesso em parte por causa de
críticas positivas, estratégias de marketing de suas editoras, mas também pela
propaganda boca-a-boca entre muitos leitores. As editoras de Rowling estiveram
aptas a aumentar este fervor pelo lançamento rápido e sucessivo dos três
primeiros livros, o que fez com que nem a excitação nem o interesse da
audiência de Rowling caíssem. A série também conquistou fãs adultos,
fazendo com que, em muitos países, cada livro tivesse duas edições, assim como
os audio-books, com texto ou áudio idênticos, mas com capas diferentes, uma
delas direcionada a crianças e a outra, a adultos.
A série Harry
Potter:
Harry Potter e a Pedra Filosofal (30 de
Junho de 1997)
Harry Potter e a Câmara Secreta (2 de
Julho de )
Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (8 de
Julho de 1999)
Harry Potter e o Cálice de Fogo (8 de
Julho de 2000)
Harry Potter e a Ordem da Fênix (21 de
Junho de 2003)
Harry Potter e o Enigma do Príncipe (16 de
Julho de 2005)
Harry Potter e as Relíquias da Morte (21 de
Julho de 2007)
Além destes, J.K
Rowling ainda escreveu os livros:
Animais Fantásticos e onde habitam
Quadribol Através dos Séculos
Os contos de Beedle, o Bardo.
Acusações de plágio e
Livros da Magia:
A escritora J.K. Rowling lançou o primeiro livro
da série Harry Potter cerca de dez anos depois do lançamento da primeira
minissérie em quadrinhos "Livros da Magia".
Para surpresa dos fãs de quadrinhos, o garoto desenhado na
capa (e que, assim como Tim Hunter, era um mago adolescente) tinha uma
aparência bastante semelhante ao protagonista da obra de Neil Gaiman:
inglês, órfão, magro, franzino, cabelos com corte semelhante e óculos de
armação plástica escura, e tendo uma coruja como mascote.
No entanto o teor de cada publicação é bastante diferente.
Enquanto "Harry Potter" é uma obra infanto-juvenil, "Livros da
Magia" é voltado para um público mais velho e apresenta situações mais
chocantes.
O próprio Neil Gaiman declarou numa entrevista que não
acreditava que Rowling o tivesse plagiado ao criar seu personagem. Ele a
defendeu dizendo que "o arquétipo do jovem feiticeiro tem vários outros
precedentes na literatura".
Impacto cultural:
Desde a publicação de Harry Potter e a Pedra Filosofal,
algumas tendências sociais vêm sendo atribuídas à série. Em 2005, médicos do
Hospital John Radcliffe, em Oxford, relataram que uma pesquisa realizada
nos finais de semana de 21 de Junho de 2003 e de 16 de
Julho de 2005, as datas de lançamento dos dois livros mais recentes,
descobriu que apenas 36 crianças necessitaram de assistência médica por
acidentes, ao contrário de outros finais de semana pesquisados.
Evidências anedóticas como essa sugerem um aumento do hábito
de ler entre crianças por causa de Harry Potter, que foram confirmadas em
2006 quando uma pesquisa do Kids and Family Reading Report (Relatório da
leitura infantil e familiar) e da editora americana da série, Scholastic,
revelou que 51% dos leitores de Harry Potter com idade entre 5 e 17
anos disseram que não liam livros por diversão antes de começarem a
ler Harry Potter, e que agora o fazem. O estudo relatou ainda que, de
acordo com 65% dos filhos e 76% dos pais, o desempenho escolar das as crianças
melhorou desde que começaram a ler a série.
Harry Potter também acarretou mudanças no mundo
editorial; uma das mais notadas foi a reforma da lista dos livros mais vendidos
do jornal americano The New York Times. A mudança veio logo antes do lançamento
de Harry Potter e o Cálice de Fogo, em 2000, quando editores reclamaram do
número de posições ocupadas pelos livros de Harry Potter, obrigando o jornal a
criar uma lista separada para os livros da série e outras obras infantis, para
liberar as primeiras posições da lista. Harry Potter é responsável também por
um novo tratamento dispensado pelas editoras no que se refere a livros
infanto-juvenis, anteriormente relegados a segundo plano.
Também notável é o desenvolvimento de uma grande massa de seguidores.
A ansiedade desse fãs pelo último lançamento da série fez com que livrarias em
todo o mundo fizessem festas para coincidir com o lançamento à meia-noite dos
livros, começando em 2000 com a publicação de Harry Potter e o Cálice de
Fogo. Esses eventos, geralmente incluindo jogos, pintura facial, concurso de
fantasias, etc., alcançaram grande popularidade entre os fãs de Potter e foram
muito bem sucedidos ao atrair fãs e vender quase 9 milhões dos 10,8 milhões de
livros da tiragem inicial de Harry Potter e o Enigma do Príncipe nas
primeiras 24 horas após o lançamento.
Além das conversas on-line através de blogs e
fã-sites, os fãs de Harry Potter também podem se encontrar nos congressos
sobre o menino bruxo. Alguns destes tem se destacado até agora: o Nimbus
2003 e o The Witching Hour', nos EUA.
No Brasil, dois grandes eventos (agora extintos) foram o PotterRio e
o PotterCon. Atualmente, conta-se em São Paulo com dois eventos de grande
porte - a convenção Hogfest do grupo Hogfriends e
aConvenção PotterSampa do grupo Os Inomináveis - e cinco eventos
de médio-grande porte - o Baile de Inverno Hogfriends, o Halloween em
Hogwarts e o Baile de Máscaras em Hogwarts do
grupo Hogfriends e o Baile de Inverno PotterSampa e
o Baile de Samhain PotterSampa do grupo Os Inomináveis. Esses
eventos atraem pessoas de todo o mundo para dar palestras e discutir sobre os
livros e filmes, bem como permitir a troca de fanfics e fanarts pessoalmente,
se fantasiar como os personagens, e especular sobre os próximos livros e
filmes.
Outro impacto mais penetrante é a introdução da palavra
"muggle" (trouxa) na língua inglesa. A palavra expandiu seu
significado fora do contexto original, e foi aceita no Dicionário de
Inglês Oxford como "uma pessoa que carece de um conhecimento ou
conhecimentos em particular, ou que é considerada inferior de alguma
forma".
Críticas literárias:
Cedo em sua história, Harry Potter recebeu muitas
críticas positivas, que ajudaram a aumentar rapidamente o número de leitores da
série. Seguindo o lançamento de Ordem da Fênix em 2003,
entretanto, os livros receberam fortes críticas de autores e acadêmicos
reconhecidos. A crítica A. S. Byatt escreveu um editorial no jornal The
New York Times onde dizia que a série era "Uma colcha de retalhos
inteligente de idéias recolhidas de todo o tipos de literatura infantil [...],
escrita para pessoas cuja imaginação está confinada aos desenhos animados da
TV, e aos exagerados [...] mundos-espelho das novelas, reality shows e
fofoca de celebridades".
Byatt afirma que a aceitação pelos leitores desta
"manipulação derivativa de ideias anteriores" nos adultos provém do
desejo de regressar aos seus "próprios desejos e esperanças infantis"
e nos jovens, "o poderoso apelo da fantasia de escape e engrandecimento,
combinados com o facto das histórias serem agradáveis, engraçadas, e
assustadoras o bastante". O resultado final seria "estudos culturais,
que se interessam tanto com o êxito e popularidade como com o mérito literário”.
O crítico literário Harold Bloom também atacou o
valor literário de Potter, dizendo que a "Mente de Rowling é tão governada
por clichês e metáforas mortas que ela não tem estilo de
escrita" Além disso, Bloom discorda com a noção comum de que Harry
Potter foi algo bom para a literatura por encorajar as crianças a ler.
Charles Taylor, da revista eletrônica Salon.com, rebate
críticas como a de Byatt. Mesmo admitindo que Byatt pode ter "Uma opinião cultural válida —
uma pequena opinião — sobre os impulsos que nos levam a reafirmar o lixo pop e
nos afastam das incômodas complexidades da arte", ele rejeita sua
afirmação que a série não apresenta méritos literários sérios, alcançando seu
sucesso devido somente ao retorno à segurança da infância que ela oferece.
Taylor enfatizou o progressivo tom negro dos livros,
mostrado pelo assassinato de um colega e amigo próximo e resultando em feridas
psicológicas e isolação social. Taylor também apontou que Harry Potter e a Pedra Filosofal,
que muitos dizem ser o livro mais leve dos seis publicados, perturba a
segurança da infância que, segundo Byatt, impulsiona o sucesso da série: o livro
começa com um duplo assassinato, por exemplo.
Taylor cita a "Cena devastadora na qual Harry encontra
um espelho que revela o mais verdadeiro desejo do coração e, olhando para ele,
vê a si próprio feliz e sorrindo com os pais que ele nunca conheceu uma visão
que dura somente enquanto ele olha para o espelho, e uma metáfora de o quão
passageiros são os nossos momentos de verdadeira felicidade", então
pergunta se "essa é a ideia de segurança de Byatt?". Taylor conclui
que o sucesso de Rowling entre crianças e adultos é "porque J.K. Rowling é
uma mestra da narrativa".
Stephen King concordou com Taylor chamando a série de
"Um feito do qual somente uma imaginação superior é capaz", e
declarando que o humor de Rowling é "memorável". Porém, ele escreveu
que, apesar de a história ser boa, ele está "Um pouco cansado em descobrir
que Harry vive na casa com seus horríveis tios", o formulaico início de
cada um dos seis livros publicados até agora. Ele
prediz, ainda, que Harry Potter "Passará pelo teste de tempo e irá para
uma prateleira onde somente os melhores são mantidos [...]. Essa é uma série
não só para uma década, mas para eras".
Prêmios e honras:
J.K. Rowling e a série de livros Harry Potter têm recebido
inúmeros prêmios desde a publicação de Pedra Filosofal, incluindo quatro
prêmios Whitaker Platinum Book Awards (todos em 2001), três
prêmios Nestlé Smarties Book Prize (1997-1999), dois Scottish
Arts Council Book Awards (1999 e 2001) e o WHSmith book of the year (2006),
dentre outros. Em 2000, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban foi
indicado como Melhor Romance no Hugo Awards enquanto Cálice de
Fogo ganhou esse prêmio no ano seguinte. As honras recebidas incluem uma
indicação ao prêmio Carnegie Medal (1997), uma pré-indicação no Guardian
Children's Award (1998) e inclusão em numerosas listagens de livros
notáveis, Escolha dos editores, e listas de melhores livros, da American
Library Association, The New York Times, Chicago Public Library e Publishers
Weekly.
Recebeu doze indicações ao Oscar, mas não ganhou
nenhuma:
Ø
Harry Potter e a Pedra Filosofal = 3
Indicações - Melhor Figurino, Melhor Trilha Sonora e Melhor Direção de Arte
Ø
Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban = 2
Indicações - Melhor Trilha Sonora e Melhores Efeitos Especiais
Ø
Harry Potter e o Cálice de Fogo = 1
Indicação - Melhor Direção de Arte
Ø
Harry Potter e o Enigma do Príncipe = 1
Indicação - Melhor Fotografia
Ø
Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1 =
2 Indicações - Melhor Direção de Arte e Melhores Efeitos Especiais
Ø
Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 =
3 indicações: Melhor Direção de Arte, Melhores Efeitos Especiais e Melhor
Maquiagem.
Adaptações:
A enorme popularidade da série Harry
Potter traduziu-se num substancial sucesso financeiro para Rowling, suas
editoras e outros proprietários de licenças relacionadas a Harry Potter.
Os livros venderam mais de 450 milhões de cópias no mundo
todo e também deram origem a adaptações cinematográficas muito
populares, produzidas pela Warner Bros, sendo a primeira, Harry
Potter e a Pedra Filosofal, o número cinco no ranking de filmes de maior
bilheteria de todos os tempos, e Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2
em terceiro neste mesmo ranking, com os outros seis filmes entre os 35
primeiros lugares.
Os livros foram transformados em cinco vídeo games e,
incluindo os jogos e filmes, deram origem a mais de 400 produtos adicionais
de Harry Potter (incluindo um iPod), que fizeram, em Julho de 2005,
a marca Harry Potter ser estimada em 4 bilhões de dólares e
J. K. Rowling uma bilionária em termos de dólares americanos, tornando-a,
segundo alguns, mais rica que a Rainha Elizabeth II.
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