Apresentando, a capa do livro O Oitavo Pecado de Adriana Vargas Aguiar (autora de O Voo da Estirpe), pelo designer, André Siqueira. Nessa capa da para ver que a Editora Modo deu mais um show mostrando que esse é o forte da editora.
Abaixo segue a entrevista que a Adriana realizou com o blog Tribo do Livro:
Olá, Índios
Atualmente sabemos que algumas editoras estão apoiando o
surgimento de novos autores. Tais autores já escrevem há muito tempo, porém
nunca conseguiram o apoio necessário para suas publicações. Pensando nisso a
Tribo do Livro resolveu entrar em contato com esses novos talentos, assim sendo
nossa primeira entrevistada é a escritora Adriana Vargas Aguiar, que terá em
meados do próximo ano dois de seus livros publicados. Ela vai nos contar um
pouco de tudo na entrevista abaixo:
TL: Oi,
Adriana, sabemos que é um clichê perguntar isso, mas os leitores sempre querem
saber. Quando você soube que queria ser escritora?
Adriana: Eu soube
quando ganhei o meu primeiro concurso literário aos oito anos de idade e não
tinha a menor noção do que estava acontecendo, pois até a ocorrência deste
evento, escrevia somente para extravasar a imaginação infantil. Daí em diante,
passei a escrever com mais frequência, guardando os textos embaixo do colchão,
pois os sonhos dos meus pais em relação a mim, eram outros e mesmo assim, nunca
parei de escrever, mesmo de modo escondido.
TL: Como você vê
atualmente a Literatura Brasileira Contemporânea com muitos autores
sendo lançados?
Adriana: É
uma festa literária! Fico muito feliz, porém faz-se necessário observar se este
segmento é a literatura viva expressando-se no sangue brasileiro ou trata-se de
um modismo emergente, pois existem muitos autores que escrevem por serem
escritores natos, e outros porque acham isso bonito. No último caso, pode
complicar mais ainda o relacionamento do verdadeiro novo autor com as editoras
tradicionais, que percebendo este movimento, torna-se muito mais criteriosa
para a avaliação de originais, ressaltando o fato que na maioria das vezes os
originais nem são lidos devido à “miscigenação” literária (autores natos e
autores do modismo) que se forma através da grande demanda de livros a serem
publicados.
TL: O Voo da
Estirpe é seu primeiro livro que será lançado. Qual a sua
expectativa quanto a isso?
Adriana: Junto
com O Voo da Estirpe, será lançado também o Oitavo Pecado, ambos com
uma resposta positiva da Editora Italiana Garcia Edizioni que está com processo
de implantação editorial no Brasil. Tal editora tem o foco direcionado aos
novos autores e o acolhimento a esses é feito de modo muito bacana e diferente
das outras editoras. Acredito que as minhas expectativas passaram por um estado
de amadurecimento e transformação. No início, quando recém havia terminado o
livro, passava o dia inteiro enviando os originais à toda e qualquer editora.
Isso me causava desespero, pois imaginava o processo editorial de outro modo,
quando na verdade aprendi que autores publicados, são autores que possuirão
seus livros mais tratados (revisados, diagramados) e com uma pré-disposição a
serem oferecidos no mercado. Agora... Uma coisa é ser oferecido e outra coisa é
ser vendido. Vendo os fatos de modo bem realista – sou nova autora,
inexperiente, desconhecida e sem pretensão de ficar rica a base da venda de
meus livros, pois sei que vivo em um país pobre de iniciativas culturais e
literárias, e que apenas 10% de sua população têm acesso à leitura diária.
Vendo por este lado, publicação para mim, é satisfação do meu ego e segurança
para apresentar meus livros de um modo melhor aos leitores. Machado de Assis
demorou 20 anos para ser reconhecido. Outros fenômenos literários foram
reconhecidos apenas após a sua morte. Diante disso, preciso todos os dias
exercitar algo – escrevo sem esperar reconhecimento. Escrevo porque isso me faz
bem.
TL: Qual sua
inspiração para escrever a história de Klaus e Clarice?
Adriana: Legal
esta pergunta! A inspiração de cada um é independente uma da
outra. Klaus inspirou-me no melhor de cada um dos homens que passaram pela
a minha vida. Clarice foi inspirada em um amigo meu (gay); uma pessoa
totalmente diferente de todas as outras que conheci.
TL: Por que O
Voo da Estirpe, qual o sentido amplo e o particular para o título do livro?
Adriana:
Significado de estirpe - Ascendência; raça, linhagem. O livro é o voo de tudo
isso, ou seja, evolução. O único motivo particular para se querer voar com o
livro durante a escrita foi o fato de ter sofrido um derrame (AVC) neste
período e precisei buscar forças em algo, pois estava com meu rosto
completamente deformado pela paralisia. Tinha perdido o movimento do lado
esquerdo do meu corpo. Perdi o meu trabalho que amava, em um escritório de
advocacia e fui abandonada por meu marido. O desejo de sobreviver a tudo que
estava acontecendo era sobrenatural e este livro salvou a minha vida,
mostrando-me a direção; ensinou-me a voar.
TL: Você
acredita que os blogs ajudam na divulgação ou não de um livro?
Adriana: Não só acredito como são as únicas fontes de
divulgação que realmente funciona. Editoras sem blog literário são meras editoras.
Os blogs são os mensageiros e difusores da literatura no Brasil.
Jogo Rápido:Uma cor: Preta
Uma flor: Miosótis
Uma música: Elefant Gun de Beirut
Um livro: Inscrito no corpo - Jeanette Winterson
Um filme: Sons do coração
Viagem dos sonhos: Fernando de Noronha
Maior desejo: escrever até o último dia de minha vida
Frase: Se for para vir, que venha com os braços abertos, sem medo, sem regras; pronto para pular da ponte.
Entrevista cedida com autorização do blog Tribo do Livro e
com o consentimento da escritora Adriana Aguiar.
4 comentários:
Obrigada pelo carinho, apoio e divulgação de meu trabalho.
Um grande abraço,
Adriana Vargas.
Lindas: a capa, a escritora e a editora. Parabéns, Adriana.
Olá,
A cada entrevista admiro mais esta autora, centrada, realista e que sabe exatamente o que quer.
Parabéns Adriana Vargas.
Parabéns a Adriana, sua criatividade transcende!
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