A editora Houghton Mifflin, cujos livros escolares
são constantes da educação norte-americana há décadas, pediu concordata nesta
segunda-feira após entrar em acordo com investidores para que 3,1 bilhões de
sua dívida fossem perdoados.
A concordata "pré-embalada" cede o
controle da Houghton Mifflin a seus credores. A decisão surge enquanto governos estatais e
municipais com pouco dinheiro reduzem ou cancelam compras relacionadas a
educação, diminuindo a demanda por livros escolares para estudantes do jardim
de infância ao ensino médio.
Editoras de livros tradicionais também enfrentam
pressão por conta da disponibilidade online de material publicado, incluindo
e-books. A Houghton Mifflin tem uma participação de mercado
de 41 por cento no setor de materiais e serviços para a educação primária e
secundária, e seus negócios no setor equivalem a cerca de 90 por cento de sua
receita.
A empresa, sediada em Boston, teve prejuízo de 2,18
bilhões de dólares no ano passado, incluindo uma baixa contábil de 1,67 bilhão
de dólares, já que as vendas líquidas caíram 14 por cento para 1,3 bilhão de
dólares. A Houghton Mifflin e vinte e quatro afiliadas
pediram concordata num tribunal de falência em Manhattan.
Num documento jurídico, o conselheiro-geral, William
Bayers, disse que a reorganização tem apoio de 90,3 por cento dos credores e 76
por cento dos investidores acionários com direito de voto.
A Houghton Mifflin espera emergir da concordata até
30 de junho. A companhia disse que tem 2,68 bilhões de dólares em ativos e 3,54
bilhões de dólares em dívidas, e emprega 3,3 mil pessoas.
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